Uberaba Sport Club, 98 anos de glória

Fundado em 15/07/1917, o Uberaba Sport sempre teve uma torcida apaixonada. Esse espaço pretende resgatar a bela história de nosso querido clube. É muito bom reviver esses grandes momentos, que explicam a paixão de nossa torcida, cada dia mais orgulhosa dos grandes jogos que voltaram a colorir o Uberabão. Nossa história é recheada de conquistas. Por várias vezes fomos os melhores do interior mineiro e, nos anos de 1981 e 1983, subimos direto para a Taça de Ouro, a partir da Taça de Prata. A Taça Minas Gerais, conquistada em 1980, não consta dos arquivos da Federação Mineira e é creditada ao América em algumas publicações. Mas eu estava lá... e vi o Uberaba levantar a Taça, já em 81, com uma vitória por 2x1, aos 50 minutos do segundo tempo, gol do lateral esquerdo Aldeir, após uma longa batalha jurídica contra a Federação Mineira. Nos posts a seguir, tento colocar os pingos nos is, e tenho certeza de que os mais jovens sentirão mais forte o orgulho de ser Colorado. Abaixo, assista aos dois gols do USC marcados contra o Flamengo, em 1981. Aquele primeiro tempo foi simplesmente fantástico. Foi uma derrota, mas a forma como o Colorado jogou foi incrível. Afinal, enfrentar o campeão brasileiro, o time do Zico, no Maracanã, e abrir 2x0... Até hoje escuto o barulho dos fogos.












domingo, 27 de julho de 2014

Uberaba perde para o Caldas Novas.

No último sábado, 19/07, o Uberaba Sport realizou mais um jogo-treino em preparação para o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão. Um bom público compareceu ao estádio para prestigiar o encontro entre Caldas Novas e Uberaba. Vários torcedores da equipe goiana doaram alimentos não perecíveis para serem doados a instituições de caridade da estância termal goiana. Apesar de, mais uma vez, jogar bem, criar chances de gol e reter a posse de bola, o Colorado foi novamente derrotado. 
 
Visão geral do Estádio Martinho Palmerston durante a realização do primeiro tempo do jogo-treino.

Logo no início da partida, Pablo cometeu um erro grotesco, perdeu a bola para Daniel Morais e acabou cometendo o penalti. O próprio Daniel cobrou e abriu o marcador. O jogo seguiu equilibrado, mas foi o Uberaba que teve as principais chances no primeiro tempo. Em uma delas, Jonathan Reis mandou a bola no travessão do goleiro Darci. Já no final da primeira etapa, Eraldo cobrou uma penalidade máxima para o Uberaba e simplesmente atrasou a bola para o goleiro. Uma das piores cobranças já presenciadas por este blogueiro.

Agostinho e Wander
No início do segundo tempo, uma falha coletiva da zaga uberabense permitiu mais gol de Daniel Morais. O Uberaba só conseguiu diminuir no final da partida, quando a equipe goiana já havia alterado praticamente todo o seu time.

Edinho Makarrão e Fabrício
É certo que o Caldas Novas conta com jogadores experiente e tem uma folha salarial muito maior que a do Uberaba, mas a torcida do Glorioso já anda impaciente com a sucessão de derrotas que dura três temporadas. 

Ficha Técnica:
Caldas Novas 2x1 Uberaba
Local: Estádio Municipal Martinho Palmerston, Caldas Novas - GO
Público: Aproximadamente 200 pessoas
Árbitro: Murilo Godói
Auxiliares: Robson Martins e Rubens Martins
Caldas Novas: Darci (Giovanni), Santos, Da Silva, Martinez (Rodolfo) e Édson (Carlos); Bruno Sabino (Max), Aldo (Valter), William Kozlowski (Fabrício) e Dinei (China); Daniel Morais (Dieguinho); Max Pardalzinho (Zé Wilton). Treinador: Vladimir Araújo.
Uberaba: Cristiano, Iran, Pablo, Carciano e Fabiano (Rômulo); Maxsuel, Charles, Luís Ricardo (Harisson) e Luizinho; Jonathan Reis (Jonathan Moc) e Eraldo (Wellington). Treinador: Gérson Evaristo.
Gols: Daniel Morais (2'do 1T e 6'do 2 T); Wellington (40'do 2T) 
 

domingo, 20 de julho de 2014

Grandes nomes de nossa história: Kiki


Francisco Buzzolo, o Kiki, nasceu em Ribeirão Preto - SP, em 03 de dezembro de 1896, filho de João Buzzolo e Carolina Andreazzi Buzzolo. Ainda muito jovem transferiu-se para Uberaba, procurando por novas oportunidades de trabalho e atraído pela pujante vida esportiva da nossa cidade.

Iniciou sua carreira futebolística no antigo Palestra Itália e logo se transferiu para o Uberaba, onde jogou até pendurar as chuteiras. Kiki foi um dos principais jogadores do Uberaba Sport no início de sua existência. Em 25/12/1920 foi homenageado por ter tomado parte na maioria das partidas jogadas pelo clube naquele ano, recebendo do clube uma medalha, ao lado de Pino (Anacleto Poli), Badu (Egídio Mateus Junior), Valfredo (Valfredo Vieira) e Miguel (Miguel Afonso).  

Dedicou-se com afinco à consolidação de sua indústria, a Marmoraria KIKI, por muitos anos presente na economia uberabense.

Em 13/08/1972 foi homenageado, no gramado do Uberabão, por ter jogado o chamado “jogo do Século”, contra a Associação Atlética do Triângulo, o arqui-inimigo “RED”, em que o Uberaba saiu vencedor por 2x1, o que, segundo reza a lenda, teria decretado o fim das atividades do rival (o que de fato não ocorreu). Antes do início de uma partida amistosa contra o Atlético Goianiense foram homenageados três veteranos jogadores que participaram do histórico confronto: Kiki, Fortes e Miguel Pé de Bronze, que receberam das mãos do então presidente, Renato Caetano Borges, uma medalha de ouro e do diretor Umberto Teodoro, um cartão de prata, que lembravam os cinquenta anos do confronto épico. Houve ainda uma grande passeata pelas ruas de Uberaba, com bandeiras e o hino do Uberaba Sport sendo tocado a pleno volume. 

Faleceu em Uberaba, em 21 de fevereiro de 1978, aos 81 anos. A Lei nº 2788 , de 21 de março de 1978, de autoria de Mário Guimarães, deu seu nome a uma rua da cidade de Uberaba. 

Uma curiosidade: Era de Kiki uma residência na rua Vigário Silva, que ele vendeu ao pai da futura presidente do Brasil, Dilma Roussef, no ano de 1938. Essa residência foi tombada pelo Patrimônio Histórico.





domingo, 13 de julho de 2014

Juquita José Lúcio: A fantástica previsão do “bruxo”.

Essa foi contada pelo meu amigo Luiz Alberto Medina, que no início da década de 70 dava seus chutes no time juvenil do Uberaba Sport. Durante um treino em Boulanger Pucci, o folclórico treinador Juquita José Lúcio, o ‘Bruxo’, assegurava, ao lado de seu veículo, um Simca Chambord azul, que em Minas Gerais havia dois jogadores, que ele já treinara, em condições de assumir a mística camisa 10 dos Santos, após a aposentadoria do Pelé.

Segundo o Bruxo, Toinzinho, revelação do Uberaba Sport, e Aílton Lira, da Caldense, praticavam o fino do futebol. Fato é que, tempos depois, a previsão se confirmaria: Toinzinho envergou a jaqueta santista entre 1974 e 1978, inclusive sendo artilheiro da equipe no Campeonato Nacional de 1975, com quatro gols. Aílton Lira o sucedeu, entre 1976 e 1979, marcando 39 gols em 149 partidas.

Claro que a sombra do Rei pesou sobre os dois jovens jogadores, mas isso é outra história...




Quem foi Juquita


Juquita José Lúcio nasceu em 1921 e faleceu em janeiro de 1989, aos 67 anos, vítima de trombose cerebral, no hospital Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde ficou internado por oito dias.

Era funcionário da Rede Ferroviária Federal, onde trabalhou como carpinteiro das oficinas do horto florestal. Na política, militou no PTB na década de 40, foi eleito delegado da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários em meados da década de 50 e, na mesma época (1957), fez parte da comissão executiva do diretório estadual do PSB em Minas Gerais.

Após a aposentadoria na RFFSA, trabalhou em diversas equipes do interior de Sao Paulo e Minas Gerais, especializando-se em salvar times do rebaixamento para a segunda divisão. JUQUITA fez história no futebol Mineiro, principalmente na Associação Atlética Caldense, onde foi homenageado na festa de 84 anos do clube, em 2009, dando nome a uma das salas de reunião do Centro de Treinamento da Veterana. Para muitos, foi o melhor treinador que já passou pela tradicional equipe de Poços de Caldas.


Moreno Alto, 1,90m de altura, forte, sempre sorridente e de voz grave e pausada, era rigoroso e exigia de seus subordinados total disciplina. Chegou a ser elogiado por ninguém menos que Telê Santana, que o apontava como um treinador capaz de treinar qualquer time grande. Sua fama de macumbeiro, no entanto, o prejudicava, impedindo voos mais altos. 

Tipo folclórico, foi um dos maiores “pais de santo” do futebol brasileiro, um técnico supersticioso ao extremo, de pouca prosa, cara fechada, embora fosse uma pessoa afável, frequentemente recorrendo a artifícios extra-campo, como sal grosso e despachos de macumba para, segundo ele, amarrar o time adversário. Assessorado pelo massagista Benê, preparava suas bolas pretas para serem jogadas dentro do gramado no desenrolar dos jogos, imaginando com isto desestabilizar o emocional dos adversários, temerosos com os poderes sobrenaturais creditados às mesmas.

Em 1973 treinou uma das melhores equipes formadas pelo Uberaba Sport em todos os tempos, conquistando o terceiro lugar no Campeonato Mineiro daquele ano. Todos os jogos do quadrangular final foram realizados no Mineirão, deixando na torcida do Uberaba a impressão de que a história poderia ter sido outra, caso houvesse jogos no Uberabão.

Seu último trabalho como técnico foi no Araxá, no ano de 1985.

Hoje, além das homenagens da Caldense, também dá nome a uma rua em Poços de Caldas.