Uberaba Sport Club, 98 anos de glória

Fundado em 15/07/1917, o Uberaba Sport sempre teve uma torcida apaixonada. Esse espaço pretende resgatar a bela história de nosso querido clube. É muito bom reviver esses grandes momentos, que explicam a paixão de nossa torcida, cada dia mais orgulhosa dos grandes jogos que voltaram a colorir o Uberabão. Nossa história é recheada de conquistas. Por várias vezes fomos os melhores do interior mineiro e, nos anos de 1981 e 1983, subimos direto para a Taça de Ouro, a partir da Taça de Prata. A Taça Minas Gerais, conquistada em 1980, não consta dos arquivos da Federação Mineira e é creditada ao América em algumas publicações. Mas eu estava lá... e vi o Uberaba levantar a Taça, já em 81, com uma vitória por 2x1, aos 50 minutos do segundo tempo, gol do lateral esquerdo Aldeir, após uma longa batalha jurídica contra a Federação Mineira. Nos posts a seguir, tento colocar os pingos nos is, e tenho certeza de que os mais jovens sentirão mais forte o orgulho de ser Colorado. Abaixo, assista aos dois gols do USC marcados contra o Flamengo, em 1981. Aquele primeiro tempo foi simplesmente fantástico. Foi uma derrota, mas a forma como o Colorado jogou foi incrível. Afinal, enfrentar o campeão brasileiro, o time do Zico, no Maracanã, e abrir 2x0... Até hoje escuto o barulho dos fogos.












domingo, 13 de julho de 2014

Juquita José Lúcio: A fantástica previsão do “bruxo”.

Essa foi contada pelo meu amigo Luiz Alberto Medina, que no início da década de 70 dava seus chutes no time juvenil do Uberaba Sport. Durante um treino em Boulanger Pucci, o folclórico treinador Juquita José Lúcio, o ‘Bruxo’, assegurava, ao lado de seu veículo, um Simca Chambord azul, que em Minas Gerais havia dois jogadores, que ele já treinara, em condições de assumir a mística camisa 10 dos Santos, após a aposentadoria do Pelé.

Segundo o Bruxo, Toinzinho, revelação do Uberaba Sport, e Aílton Lira, da Caldense, praticavam o fino do futebol. Fato é que, tempos depois, a previsão se confirmaria: Toinzinho envergou a jaqueta santista entre 1974 e 1978, inclusive sendo artilheiro da equipe no Campeonato Nacional de 1975, com quatro gols. Aílton Lira o sucedeu, entre 1976 e 1979, marcando 39 gols em 149 partidas.

Claro que a sombra do Rei pesou sobre os dois jovens jogadores, mas isso é outra história...




Quem foi Juquita


Juquita José Lúcio nasceu em 1921 e faleceu em janeiro de 1989, aos 67 anos, vítima de trombose cerebral, no hospital Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde ficou internado por oito dias.

Era funcionário da Rede Ferroviária Federal, onde trabalhou como carpinteiro das oficinas do horto florestal. Na política, militou no PTB na década de 40, foi eleito delegado da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários em meados da década de 50 e, na mesma época (1957), fez parte da comissão executiva do diretório estadual do PSB em Minas Gerais.

Após a aposentadoria na RFFSA, trabalhou em diversas equipes do interior de Sao Paulo e Minas Gerais, especializando-se em salvar times do rebaixamento para a segunda divisão. JUQUITA fez história no futebol Mineiro, principalmente na Associação Atlética Caldense, onde foi homenageado na festa de 84 anos do clube, em 2009, dando nome a uma das salas de reunião do Centro de Treinamento da Veterana. Para muitos, foi o melhor treinador que já passou pela tradicional equipe de Poços de Caldas.


Moreno Alto, 1,90m de altura, forte, sempre sorridente e de voz grave e pausada, era rigoroso e exigia de seus subordinados total disciplina. Chegou a ser elogiado por ninguém menos que Telê Santana, que o apontava como um treinador capaz de treinar qualquer time grande. Sua fama de macumbeiro, no entanto, o prejudicava, impedindo voos mais altos. 

Tipo folclórico, foi um dos maiores “pais de santo” do futebol brasileiro, um técnico supersticioso ao extremo, de pouca prosa, cara fechada, embora fosse uma pessoa afável, frequentemente recorrendo a artifícios extra-campo, como sal grosso e despachos de macumba para, segundo ele, amarrar o time adversário. Assessorado pelo massagista Benê, preparava suas bolas pretas para serem jogadas dentro do gramado no desenrolar dos jogos, imaginando com isto desestabilizar o emocional dos adversários, temerosos com os poderes sobrenaturais creditados às mesmas.

Em 1973 treinou uma das melhores equipes formadas pelo Uberaba Sport em todos os tempos, conquistando o terceiro lugar no Campeonato Mineiro daquele ano. Todos os jogos do quadrangular final foram realizados no Mineirão, deixando na torcida do Uberaba a impressão de que a história poderia ter sido outra, caso houvesse jogos no Uberabão.

Seu último trabalho como técnico foi no Araxá, no ano de 1985.

Hoje, além das homenagens da Caldense, também dá nome a uma rua em Poços de Caldas.



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