Uberaba Sport Club, 98 anos de glória

Fundado em 15/07/1917, o Uberaba Sport sempre teve uma torcida apaixonada. Esse espaço pretende resgatar a bela história de nosso querido clube. É muito bom reviver esses grandes momentos, que explicam a paixão de nossa torcida, cada dia mais orgulhosa dos grandes jogos que voltaram a colorir o Uberabão. Nossa história é recheada de conquistas. Por várias vezes fomos os melhores do interior mineiro e, nos anos de 1981 e 1983, subimos direto para a Taça de Ouro, a partir da Taça de Prata. A Taça Minas Gerais, conquistada em 1980, não consta dos arquivos da Federação Mineira e é creditada ao América em algumas publicações. Mas eu estava lá... e vi o Uberaba levantar a Taça, já em 81, com uma vitória por 2x1, aos 50 minutos do segundo tempo, gol do lateral esquerdo Aldeir, após uma longa batalha jurídica contra a Federação Mineira. Nos posts a seguir, tento colocar os pingos nos is, e tenho certeza de que os mais jovens sentirão mais forte o orgulho de ser Colorado. Abaixo, assista aos dois gols do USC marcados contra o Flamengo, em 1981. Aquele primeiro tempo foi simplesmente fantástico. Foi uma derrota, mas a forma como o Colorado jogou foi incrível. Afinal, enfrentar o campeão brasileiro, o time do Zico, no Maracanã, e abrir 2x0... Até hoje escuto o barulho dos fogos.












domingo, 23 de novembro de 2014

Grandes nomes da nossa história: Olavo Junqueira Machado.


Olavo Junqueira Machado, o Olavo, nasceu em Uberaba, em 12/02/1894. Foi um dos sócios fundadores do Uberaba Sport e participava da diretoria do clube como capitão, função que exercia dentro de campo, comandando o time alvirubro em suas primeiras jornadas esportivas.

Participou do primeiro jogo da história do Uberaba Sport, vitória de 3x0 contra o Americano, de Araguari, e continuou a defender as cores do clube por vários anos, atuando em várias posições.

Aliás, Olavo e seus irmãos ajudaram a fundar o Rio Branco, em meados da década de 10, clube que viria a ser o embrião do poderoso Uberaba Sport Club. Era irmão do também jogador Junqueira (Durval Junqueira Machado), que iniciou sua carreira no Uberaba e posteriormente fez história no Flamengo, Paulistano e Seleção Brasileira.

Olavo se mudou para São Paulo e se tornou um importante comerciante. Casou-se em 05/05/1947 com Judith Bueno de Miranda (Judith Bueno Junqueira Machado) e teve dois filhos, Jairo e Sérgio José, hoje desembargador.

Faleceu em São Paulo - SP, em 24/12/1969.

sábado, 22 de novembro de 2014

1924: Uberaba massacra o octa campeão mineiro.


Em março de 1924, o América, então octa campeão mineiro, chegou a Uberaba para disputar uma partida amistosa contra o já aclamado campeão do Triângulo e trazia, a nossa cidade, vários dos jogadores que sagrariam-se, alguns meses depois, enea campeões mineiros. Dentre eles Kainço, que participara de todos os títulos até então, Satyro Taboada, maior artilheiro da história do América e Otacílio Negrão de Lima, futuro prefeito de Belo Horizonte, por dois mandatos, além de ser o primeiro a ser eleito pelo voto popular.


A chegada da delegação americana a Uberaba foi um grande evento social. Mais de 2.000 pessoas, segundo o jornal Lavoura e Comércio de 30/03/1924, aguardavam o time na praça da Matriz, acompanhadas das bandas de música do 4º Batalhão e a Ítalo Brasileira. As saudações uberabenses foram feitas, de uma das janelas da sede do Uberaba Sport, pelo presidente do Jockey Club, o advogado Tancredo Martins.


Respondeu pela delegação americana o bacharelando de direito Francisco Negrão de Lima, redator do jornal Diário de Minas e irmão de Otacílio, que também viria a ser um político de destaque, elegendo-se, contra a vontade dos militares, governador do estado da Guanabara, de 1965 a 1970. Negrão de Lima finalizou seu discurso com as seguintes palavras: 
"Nós, os sportsmen daquellas montanhas de lá, chegamos a Uberaba como amigos e queremos sair como irmãos".

Em campo, o Colorado, à época presidido por Guiomar Rodrigues da Cunha, não extendeu as gentilezas e sapecou uma impiedosa goleada nos lendários campeões: 5x0. O jogo começou nervoso, com total domínio dos octa-campeões mineiros. Mas o Uberaba logo tomou o controle das ações, empurrado pela torcida que lotava o acanhado estádio, e ao completar os primeiros quinze minutos de jogo já havia desperdiçado dois penaltis, através de Pequitote e Carnaval. Mesmo assim, o primeiro tempo terminou com uma vantagem de 2x0 para o Uberaba, que manteve o ritmo na segunda etapa e foi impiedoso com os famosos rivais, marcando mais três gols. 

Jornais de todo o país, reproduzindo as mensagens encaminhadas via telex por Sebastião Bráz, avô do jornalista Fernando Vanucci, aclamavam o Uberaba como o novo campeão absoluto de Minas Gerais, o que de fato não ocorreu, pois a partida era amistosa. 

O América chegaria, no ano seguinte, ao Decacampeonato mineiro, conquista até hoje tão celebrada quanto contestada, uma vez que o torneio disputado na época era o Campeonato de Belo Horizonte. A vitória colorada demonstra que se nossos heróis disputassem o campeonato mineiro naquela época, a história poderia ser diferente.

O poderoso esquadrão americano, em foto da época do decacampeonato.

Assim estava constituída a delegação americana:
Presidente: Artidoro Flexa
Secretário: Dayrell de Lima
Tesoureiro: Luiz Franco
Jogadores: Bolívar Moreira de Abreu, Oswaldo Guimarães, Camillo Mendes Pimentel (engenheiro), Otacílo Negrão de Lima (engenheiro), Carlos Brandão (advogado), Honório Ottoni (acadêmico de direito), Demosthenes Pereira (engenheiro), Paulo Cavalcanti, João Britto, Aldemar Frade (acadêmico de farmácia), José Barroso (preparatoriano), Ismo Cavalcante (estudante), Satyro Taboada, Porphírio Taboada, Carlos Quadros (Kainço, médico e diretor esportivo).


Ficha Técnica:
30/03/1924
Uberaba 5x0 América
Local: Estádio das Mercês
Árbitro: João de Freitas Junior
Uberaba: Pino, Sagala e Bado;Walter, Badú e Hildebrando; Carnaval, Pequitote, Annibal, Rodarte e Walfredo. Técnico: Sebastião Bráz
América: Salim, Tonico e Souza; Kainço, Porphírio e Paulo; Bolívar, Aldemar, Oswaldo, Satiro Taboada e Brandão.
Gols: Carnaval (2, 1ºT e 2ºT), Rodarte (1ºT), Pequitote (2ºT) e Annibal (2ºT).